montes
alvos e rígidos afrontavam meu horizonte
a
visão de elevadas planícies quase sôfregas
de
um desejo inicial emanava do colo ao afago
respostas
em córregos de límpidos fluxos
conspiravam
masculinidade diante da bela paisagem
percorrer
aqueles contornos como desbravador
apropriando-me
de terras vis vagando entre vales
afundando
anseios como meus espasmos
diante
da vontade de tomá-los e solvê-los
ávido
por me confundir em jocoso gozo
a
textura do relevo ia sendo desvendada
palmo
a palmo e de suores a suores
encostava-lhe
ereto e latejando todo corpo
vibrando
em carne viva e em tantas pulsões
numa
volúpia impregnada de ardores e repentes
um
corpo de prazeres expostos desde início
sensível
em todas as menções de contato
adentra
e alastra em gotas despedidas de pudores
aos
solavancos entre a altivez feminina
num
reduto de maciez e arrepios
coroando-me
em estocadas e entre sussurros
a
geografia do refúgio era o abrigo
a
casa entre as distâncias em poucas culpas
e
por vezes julgava nossas bocas
outro
recanto de atmosfera efêmera.
Karinne Santiago
Foto : Jan Saundek